A rede ítalo-brasileira de mães
Por Sandra Bandeira Nolli - colunista sobre Cultura
Crédito: Arquivo pessoal / Sandra Bandeira Nolli
Tendo em vista o Dia das Mães que se comemora nestes dias, um dia especial para mães e filhos, um grande acontecimento mundial, apresento-vos um verdadeiro universo paralelo. Já que não se deve lembrar de comemorar a mãe apenas no dia marcado, é divertido falar sobre as mães italianas e brasileiras. Aproveite este dia de comemoração para descrever algumas características que essas mães possuem, mas que basicamente fazem parte de ser mãe independente da nacionalidade. No entanto, os papéis das mulheres como mães tornaram-se mais populares hoje.
O chamado amor maternal comoveu todos, foi colocado à frente de tudo nesse período pandêmico. As perdas de familiares, a consequente situação de bloqueio alteraram os pensamentos, as emoções, a vida e os relacionamentos no campo sentimental, social e laboral. A geração mais velha viveu a guerra seguindo regras diferentes que não pediu distanciamento social e não mostrou o vizinho como inimigo. O coronavírus proibiu o encontro entre mães e filhos, evitou o afeto pelo risco de se infectar, de infectar e de morrer. Sabemos o que estamos vivenciando, mas não sabemos o momento em que a solução definitiva chegará. A mudança rompe as certezas, sentimos falta de tudo com o que crescemos e com o que lidamos, a verdadeira “saudade” das relações familiares e dos afagos.
O universo paralelo de mães italianas e brasileiras é vasto e nos lembra os bons tempos. Quanto às mães e suas características, não ouso dizer aos meus leitores que no Brasil as mães são melhores, digo talvez mais livres. Reservo junto ao respeito a grande consideração e o aspecto que mais gosto da abordagem italiana é: ”A casa da mamma”. Não adianta andar por ai, o lar da mãe italiana é e sempre será o melhor restaurante do mundo, encontramos na mesa o prato mais básico ao mais complexo e sempre um maravilhoso convite para jantar como num restaurante privado cinco estrelas.
MÃES BRASILEIRAS amam música, vibram fanaticamente pelo filho na partida de futebol da escola. A emoção da “mãe-torcida brasileira“ é clássica e romântica. São consumidoras ávidas de informação, trocam conselhos sobre a maternidade e estão sempre conectadas com o mundo.
MÃES ITALIANAS são atenciosas, de mensagens claras e tranquilizadoras. Quando tem um orçamento, gastam principalmente com os filhos e nos momentos mais difíceis também são economistas. Mas, a conta está sempre no vermelho para ambas. Então, basicamente, o que podemos observar apesar dessas diferenças aparentes, é que elas são muito mais semelhantes, muito mais do que imaginamos. Elas são igualmente culpadas sempre, acham que podem fazer diferente ou melhor e perdem o sono na mesma proporção.
A resposta materna comum ao choro dos seus bebes é pega-los no colo e sussurrar as palavras doces em voz baixa. A essência da maternidade é algo muito mais profundo e universal. Falo aqui de sentimentos que elas têm como mães que são mais fortes do que qualquer diferença geográfica.
Para concluir, “a mãe é a mãe” e raça ou identidade não importa. A maternidade também é globalizada. Afinal, mãe é a razão da nossa existência e merece todo o amor, respeito e atenção. Obviamente, todos os dias.
Feliz Dia das Mães!