Nesta quarta-feira, 15 de julho, é comemorado um aniversário melancólico para a Marinha
Militar Italiana. Precisamente há 89 anos, em 1931, às 5 horas da manhã, navegavam no porto de Livorno os últimos cruzeiros conjuntos das duas escolas de navegação gêmeas: Americo Vespucci e Cristovão Colombo. Conhecidas unanimamente como as mais bonitas do mundo.
Mas, poucos se recordam que esses navios escolas dos aspirantes oficiais da Marinha Italiana fossem duas unidades gêmeas. Abaixo vemos as fotos originais resgatados de um arquivo histórico bresciano. Os dois cruzeiros no porto de Taranto. (foto 1)
Junto com o irmão em solitária companhia, o cruzeiro Colombo contribuiu com a formação dos oficiais italianos em 1928, ano da sua entrada em serviço, até 1943. (foto 2)
Observem a foto do cruzeiro navegando no sul do Atlântico em 1930. (foto 3)
E outra no porto de Florianópolis em 1938. (foto 4)
Mas, voltando a falar do cruzeiro de 1931, a Divisão Navios Escolas, sob o comando do almirante Domenico Cavagnari, e o capitão de Fragata Brivonera, no comando da Vespucci, partem de Livorno-ITA e acosta em Portoferraio-ITA. Depois em Lisboa-POR, Brest-FRA , Amsterdam-HOL, Kiel-POL, Gdyna-FRA, Londres-ING e, por fim, Ceuta-ESP, se apropriando do norte da África para depois retornar a Portoferraio e concluir a rota em Genova-ITA, no dia 29 de outubro. Ainda realizaram juntas as duas unidades gêmeas um belíssimo percurso em 18 de setembro de 1943, de Veneza a Brindisi. Vejam abaixo as imagens originais. (fotos 5 e 6)
Com o Tratado de Paz de Paris, a Itália cede o cruzeiro Cristovão Colombo como pagamento de débito de guerra, à União Soviética. Então, em 09 de fevereiro de 1949, o cruzeiro Cristovão Colombo deixa Taranto. E por conseguinte, em 02 de março, chega ao porto de Odessa, seu destino final.
Uma noite antes da partida alguns cadetes se apoderaram do quadro pendurado na sala do conselho que representava o desembarque de Colombo em San Salvador. O quadro roubado é visto até hoje nas imagens históricas do cruzeiro irmão Vespucci, atualmente renomeado por Dunaj Danubio. O navio foi submetido a diversos trabalhos para cancelar cada detalhe, características ou traços de italianidade. A coloração branco negro vem substituída pelo cinza standard dos cruzeiros de guerra soviéticos.
Parte da decoração foi removida e atribuída à Brigada de Adestramento da Marinha Soviética e, em seguida, abandonado num estaleiro ate 1960, quando é exposto ao desmanche. Em 1963 foi vítima de um incêndio e os destroços abandonados. Em 1971, as ruínas são definitivamente destruídas e o que resta da cobertura em cobre é reutilizada em uma fábrica que produzia tubos sanitários. Concluindo-se, assim, o destino de uma esplendida relíquia italiana e histórico cruzeiro, embora alguma coisa dele continue a velejar no espírito do cruzeiro irmão. (foto 7)
Os dois irmãos que se cumprimentam no porto de Napoles em 15 de maio de 1938. (foto 8)
“Quando il mare é calmo assai, siamo tutti marinai”
CRÉDITO:
Todas as imagens exclusivas e fonte de pesquisa sao do arquivo do professor historiador Silvio Ferraglio e cedidas para difusão através da Conexão Itália Brasil.