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Câmara LGBT é o fio condutor entre um destino e outro, diz presidente

Para Ricardo Gomes, o maior anseio da comunidade é voltar a viajar
Por Giselle Saporito - colunista sobre Turismo
No mês em que se comemora o Dia Internacional do Orgulho LGBTQI+ a ITÁLIA NOSSA conversou com o presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, Ricardo Gomes, para falar um pouco sobre a atuação da entidade na luta pelo avanço de uma agenda mais inclusiva da população LGBT e promover ações que valorizem o Circuito da Diversidade, principalmente na área do turismo.

Em comemoração à data, 28/06, vários locais do Rio de Janeiro, como os Arcos da Lapa, foram iluminados com as cores do arco-íris, como forma de mostrar a cidade como um destino gay friendly e alavancar o turismo por aqui. De acordo com dados da Organização Mundial do Turismo, esse público corresponde a 10% dos viajantes pelo mundo e gasta 30% a mais que os demais públicos em viagens internacionais.

IN - Já há algum evento previsto para este ano no Brasil ou só a partir do ano que vem?
Ricardo Gomes – Este ano, pela Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil a gente vai ter a Conferência Internacional da Diversidade Empresas, Cultura e Turismo LGBT que acontece nos dias 31 de agosto, 01 e 02 de setembro. Ela vai acontecer como se fossem três eventos em um. No primeiro dia, nós teremos o evento destinado ao Turismo LGBT, no dia 01 de setembro a gente tem um dia dedicado às empresas que trabalham com diversidade e inclusão, e no dia 02 de setembro a gente tem o dia destinado à Cultura. Onde vamos discutir como esse setor pode ser gerador de emprego, renda e de divisa. Como no ano passado, a conferência vai acontecer de forma virtual, com tradução simultânea e é gratuita e disponível para todo mundo. Ela já teve três edições presenciais e no ano passado e nesse ano acontece de forma online, esperando que em 2022 a gente já volte para a forma presencial.

IN - Há alguma conexão da Câmara brasileira com a Itália?
RG – Por enquanto não há nenhuma ligação da Câmara LGBT do Brasil com a Itália, mas estamos à disposição de fazer uma conexão com alguma entidade italiana. Até porque o Brasil e a Itália têm uma conexão muito próxima de culturas, do jeito de ser. A comunidade italiana no Brasil é gigantesca. A gente tem um apreço muito grande pela culinária, pela cultura e pelo povo italiano. Então eu acho que é uma boa dica para a gente fazer uma ponte, estabelecer uma sinergia com alguma entidade italiana que trabalhe com o público LGBT e com o turismo. Estamos à disposição.

IN - Quais os principais eventos que a Câmara participa?
RG – Aqui no Brasil a gente participa da ABAV, da WTM e Festuris, em Gramado, que são três feiras de turismo. Fora do Brasil a gente participa anualmente da conferência da Argentina, que também vem acontecendo online. A gente também tem uma sinergia grande com as câmaras do continente americano, participando de eventos dessas câmaras parceiras. 

IN - Você pode falar um pouco sobre os pilares e objetivos principais da Câmara?
RG – A Câmara de Comércio LGBT do Brasil tem como função ser o terreno fértil para que as coisas aconteçam. É ligar duas pontas. A gente quer ser esse elo de ligação entre um destino e outro. Uma empresa e outra. A empresa e o poder público e o poder público com a iniciativa privada. Nosso objetivo é traçar conexões. É ser o fio condutor para que essas coisas aconteçam. E os nossos principais pilares são o fomento do turismo LGBT. O fomento dos negócios entre as empresas em nome de pessoas LGBT ou de empresas que apoiam a diversidade e principalmente a causa LGBT. E também o fomento da Cultura como geração de negócios, de emprego, renda e divisa que por sua vez é o objetivo principal e primordial da Câmara. 

IN - Fale um pouco da Pesquisa de Hábitos e Costumes da População e Turista LGBT que sendo realizada.
RG – A Câmara tem um acordo de cooperação assinado com o Ministério do Turismo e com a Embratur desde 2018 e que vale até 2023. No entanto, quando o atual governo tomou posse, todo o nosso acordo e plano de trabalho foi esquecido. E uma das coisas que seria feita, seria a Pesquisa de hábitos e consumo da população e do turista LGBT no Brasil. E a pesquisa não andou porque o Ministério e a Embratur não cumpriram mais nada do acordo. Mas a gente está indo para a iniciativa privada e para o poder público dos Estados e Municípios e até buscando outros parceiros internacionais porque essa pesquisa termina em uma publicação de mais ou menos 200 páginas em inglês e português, trazendo todos os dados, mas também tem um espaço de anúncio, o que faz com que outros destinos possam ter interesse em anunciar na publicação que terá uma versão impressa e outra online. 

O objetivo da pesquisa é traçar um paralelo sobre os hábitos de consumo e como se comporta a população LGBT, porque nós necessitamos muito de dados. Os dados que temos são muito incipientes. Então nós lançamos mão do IEMI, que é um instituto de pesquisas, para fazer esse estudo. E pela primeira vez a gente vai ter uma pesquisa desta envergadura de âmbito nacional e será realizada anualmente para que a gente tenha informações e dados confiáveis para que todo mundo tenha informações sobre o tamanho desse mercado. 

IN - Quais são os principais anseios e desejos da comunidade na área de turismo?
RG – Atualmente o maior desejo da comunidade LGBT é voltar a viajar. Tivemos informações de várias entidades e alguns órgãos e o que mais a população LGBT quer é viajar. Por isso que o turismo LGBT é considerado o mais rentável do planeta. Porque é uma população que viaja mais e que tem mais passaportes ativos do que a população heterossexual. E o melhor de tudo que é um público que paga, que valoriza a qualidade do produto e do serviço. Ou seja, o valor agregado no produto e no serviço na comunidade LGBT é mais valorizado do que na população hétero. Então a gente pretende voltar a viajar, a se encontrar e se abraçar. Nós brasileiros e também os italianos são muito calorosos. Gostam tanto do abraço. Imagina o desejo do abraço que está contido em todos nós. A gente espera poder voltar a viajar logo e poder movimentar esse segmento que tanto emprega e é de suma importância para a manutenção da economia, dos negócios, emprego e principalmente para a alegria e felicidade de todo mundo. Quando a gente viaja, a gente aprende a se colocar no lugar do outro. Porque para viajar e viver a experiência real e verdadeira de um destino, a gente precisa esquecer a nossa cultura, a gente precisa esquecer da nossa alimentação, da nossa forma de vestir, do nosso clima, para viver de verdade a gastronomia, a cultura do país do outro ou da cidade do outro. Isso é um exercício de cidadania. Viajar é um exercício de empatia, de 

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